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Quantas Ações Deves Dar aos Teus Primeiros 10 Funcionários? By Vinod Khosla e Sam Altman


Vinod and Sam Altman, a falar acerca de dar ações a funcionários

Quando estás a começar uma empresa, há mil e uma coisas em que tens de pensar, mas uma decisão importante e que muitas vezes é mal interpretada, é qual o valor correcto de ações da empresa que deves dar aos teus primeiros funcionários.


Vinod Khosla fundador da Sun Microsystems, e Sam Altman, CEO da OpenAI, partilham conselhos preciosos sobre como atrair talentos de alta qualidade e garantir que a tua startup tem o melhor começo possível (conversa completa no canal do youtube da "Y Combinator").


O Valor de um Fundador Não Está Apenas nas Ideias

Fundadores ficam presos à ideia de que eles devem manter a maior parte das ações porque foram eles que tiveram a ideia original, mas Vinod tem uma perspetiva diferente: o verdadeiro valor de uma empresa não está apenas na ideia, mas nas pessoas que atrais para a executar. Na Sun Microsystems, por exemplo, os fundadores ficaram com menos de 30% das ações durante a serie A, o resto foi distribuído entre os primeiros funcionários e investidores.


A lógica é simples: quanto mais cedo dás ações a pessoas talentosas maior é a tua capacidade de atrair pessoas brilhantes que vão fazer a diferença. Vejamos, Bill Joy um dos cofundadores da Sun era uma pessoa tão brilhante que atraía outros talentos apenas pela sua presença na empresa, o melhor exemplo seria o Eric Schmidt que mais tarde se tornaria CEO da Google e foi recrutado para a Sun por causa de Bill.


Este tipo de "magnetismo" não tem preço e Vinod é claro se tu acreditas que uma empresa é as pessoas que recruta, o tópico de dar 30% das acções aos funcionários (não fundadores) poderá ser a melhor decisão que poderás tomar.


Sam Altman partilha e complementa este raciocínio afirmando que a qualidade de pessoas que consegues atrair inicialmente se fores generoso nas ações que dás é muito maior, e esse talento fantástico inicial como Vinod diria irá ser fundamental para as próximas pessoas a serem recrutadas.


A Generosidade Compensa

Khosla dá um exemplo pessoal: quando o seu filho começou a sua primeira Startup, ele aconselhou-o a ficar apenas com 15% das ações mesmo sendo o fundador. Porque é que ele faria isso? Para ter margem para contratar um cofundador de alto calibre com mais 15% e ainda reservar uma boa porção do capital social para atrair outros funcionários chave.


Imagina que estás a competir por talentos em tech com gigantes como a Google ou a Uber, esses engenheiros já ganham salários de centenas de milhares de dólares, e para os convenceres a juntar-se a uma startup tens de oferecer algo mais: uma fatia considerável da empresa. Dar 2%, 4% ou até 5% de ações a um funcionário pode parecer muito, mas se essa pessoa puder fazer a diferença entre o sucesso ou o fracasso da tua empresa, então vale cada cêntimo.

Este modelo de recrutamento e distribuição de ações está mais presente nos Estados Unidos, apesar de grandes desenvolvimentos na Europa, estamos muito longe deste modelo. O salário é ainda a principal variável ao recrutar talento, contudo, é através de uma participação no capital social que essas pessoas terão probabilidades de obter um retorno fenomenal ao tempo investido.


O Erro Comum: Pensar em Percentagens e Não no Tamanho do Bolo

Um dos maiores erros que os fundadores cometem, segundo Altman, é focarem-se demasiado na percentagem das ações que detêm em vez de pensarem no tamanho total do "bolo" do mercado que querem conquistar. Ter 50% de uma empresa que vale um milhão de euros é bem diferente de ter 10% de uma empresa que vale mil milhões. A matemática é clara, mas ainda assim muitos fundadores caem na armadilha de tentar manter a maior fatia para si, que poderá ter um custo maior pois não vão atrair e reter os melhores talentos para conquistar o mercado.


O Que Acontece Quando Não És Generoso

Se não fores generoso com as ações corres o risco de só conseguires contratar pessoas que não têm as competências para criar a sua própria empresa. Ou seja, pessoas que não vão ajudar a tua empresa a crescer e a evoluir ao ritmo necessário para conquistar o mercado em que operas. É uma escolha que pode parecer segura a curto prazo, mas que pode custar muito caro a longo prazo.


Khosla e Altman são claros: as startups que foram mais generosas com as suas ações conseguiram atrair os melhores talentos e por isso tiveram mais sucesso. Ironicamente os fundadores dessas startups mesmo com uma fatia menor do bolo acabaram por ganhar muito mais no final do dia.


Pensamento final

Se estás a começar uma empresa (especialmente uma startup) pensa bem na forma como distribuir as ações. Aconselha-te com fundadores experientes que sabem o valor do impacto de recrutar excelente talento e a importância de ser generoso desde o início.

Foco: o objetivo não é ter a maior fatia do bolo, mas sim fazer com que o bolo cresça o máximo possível, e para isso é necessário as pessoas certas ao teu lado desde o início.

 
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